O Hospital Genésio Rêgo tem utilizado uma posição chamada Prona para melhorar a oxigenação dos pacientes com o novo coronavírus, internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com vários estudos, esse tipo de posição tem mostrado bons resultados em pacientes que necessitam de ventilação mecânica, durante episódios de Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto (SDRA).
De acordo com o médico especialista em terapia intensiva, Demian Borges, no caso de pacientes com o novo coronavírus, ocorre um processo inflamatório intenso, no qual há extravasamento de líquidos para o pulmão (edema). “Ou seja, o pulmão se torna mais duro, mais pesado, e os alvéolos pulmonares acabam sendo ‘encharcados’, o que causa o desconforto respiratório nos pacientes. Estudos prévios, randomizados e controlados, têm confirmado que a oxigenação é significativamente melhor quando os pacientes estão colocados em posição Prona (deitados com a barriga para baixo) do que quando estão na posição Supina (deitados com as costas para baixo)”, explica.
Segundo o médico do Hospital Genésio Rêgo, unidade gerenciada pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), no SDRA, uma das características que contribuem para a piora da oxigenação é a presença do colapso. “As regiões posteriores dos pulmões são as que mais sofrem pela ação da gravidade, que opera sempre a favor do fechamento dos alvéolos. Aliado a isso, o peso da caixa torácica, do coração e do pulmão inflamado sobre essas regiões, também, contribui para a dificuldade de abertura dos alvéolos”, detalha Demian Borges.
A resposta dos pacientes que são pronados tem sido bastante positiva e apresentada logo nas primeiras 24 horas em que são colocados na posição, com melhora da oxigenação e diminuição do tempo de ventilação mecânica. “Fico feliz pela oportunidade de mostrar que conseguimos seguir os padrões mundiais de tratamento com maior evidência possível, e ter resultados positivos comparados com UTIs de grande porte, tanto no Brasil quanto no exterior. O resultado do nosso trabalho depende basicamente de pessoas, comprometidas e motivadas, como temos na nossa UTI do Genésio Rêgo”, destaca o médico.
Eduardo Ericeira