Por Juliana Mello
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) promoveu nesta terça-feira (30) uma importante conversa com pacientes que aguardavam atendimento na Policlínica Diamante e Laboratório Central do Maranhão (IOC/Lacen-MA).
A ação, alusiva ao Janeiro Roxo, alertou o público sobre aos sintomas e a importância do teste de rastreio de contato, que auxilia o diagnóstico em tempo oportuno e direciona o paciente ao tratamento.
O diretor do geral do IOC-Lacen/MA, Lídio Gonçalves Lima Neto, falou sobre como estar atentos aos detalhes e cuidado com a saúde mental do paciente com hanseníase ajuda no processo de tratamento.
“O que fazemos aqui no IOC-Lacen/MA, é uma parte de um todo, em relação à hanseníase. Às vezes o diagnóstico é só o início de um processo. Então precisamos estar bem articulados com relação à saúde mental, com acompanhamento do paciente, para dar acesso ao medicamento, entender todo o contexto social que envolve aquilo, o estigma, pois o paciente com hanseníase, não precisa mais ser tratado com uma forma de exclusão, pelo contrário, hoje temos que desmistificar a doença”, contou.
Equipes do Hospital Aquiles Lisboa, que é referência estadual da doença, estiveram tanto no IOC Lacen quanto na Policlínica, para conversar com os pacientes em atendimento na instituição, sobre os cuidados a respeito da hanseníase. Foi aplicado um questionário, e também um momento individual com pacientes para uma análise rápida dos sintomas e direcionamento para as Unidades de Saúde que realizam o teste rápido de contato.
O setor de microbiologia do IOC/Lacen-MA participou da ação, uma vez que a instituição realiza o controle de qualidade das lâminas que são coletadas principalmente no Hospital Aquiles Lisboa.
A chefe do setor de microbiologia, Aparecida Pinho, explicou que esse trabalho é importante para averiguar a veracidade e a forma correta de todo o processo, desde a coloração da lâmina, até os resultados obtidos. “A hanseníase pode ser diagnosticada apenas pelo médico, mas os laboratórios entram no processo para averiguar o grau da doença, ou se o tratamento que está sendo feito está progredindo ou se existe alguma resistência do paciente em relação à medicação”.
O paciente Raimundo Santos, comerciante, que estava aguardando atendimento, aprovou a iniciativa. “A população precisa. É muito importante que a informação chegue a todos, ainda mais dessa forma, em que conseguimos receber informação, até realizar um teste rápido enquanto aguarda a consulta que veio fazer”, elogiou.
A enfermeira Cinthya Agostinho, coordenadora responsável pelo setor de enfermagem do Hospital Aquiles Lisboa, falou sobre a importância de multiplicar a informação. “Nós queremos conscientizar da importância de todo o processo, desde a suspeita até o tratamento. No hospital, nós contamos com todo o acompanhamento multiprofissional, com fisioterapeutas, psicólogos, lá o paciente recebe a medicação gratuita, faz o tratamento conosco e até depois da alta, também continua fazendo as consultas lá com a gente”.
A fisioterapeuta Edilayne Rabelo falou sobre o papel da fisioterapia no tratamento. “Na parte da fisioterapia, a gente trabalha com relação às incapacidades que vem acometendo os pacientes, assim como o cuidado com as dores articulares e nos nervos que os pacientes apresentam durante a internação, além de reforçar os cuidados posteriores à alta”.
Por fim, o psicólogo do Hospital Aquiles Lisboa, Jhon Pimenta, abordou sobre a necessidade de quebrar o estigma, levando informação e conscientizando os pacientes, familiares e pessoas próximas.
“Quando o paciente recebe o diagnóstico de hanseníase, ele sofre um grande impacto emocional, pois toda a doença ela vai gerar um impacto emocional, mas quando se trata da hanseníase, o impacto acaba sendo muito maior, não pela doença em si, mas pelo preconceito que esse paciente sofre. O trabalho da psicologia é acolher, ser empático e conscientizar esse paciente”, explicou.
Janeiro Branco
Colaboradores e profissionais de saúde que trabalham no IOC/Lacen-MA no auditório da instituição também participaram da roda de conversa sobre as ações referentes ao mês de Janeiro Branco.
A programação contou também com sessões de quick massagens e uma roda de conversa com a neuropsicóloga Margareth de Paula, sobre a importância do autoconhecimento, de saber reconhecer quando não estamos bem. “Geralmente a gente só busca se cuidar quando não tem mais jeito e infelizmente quem trabalha na área da saúde é até mais latente porque você acaba somatizando coisas do dia a dia, do trabalho, e quando menos percebe está doente, afetou também a saúde mental”, reforça a neuropsicóloga.
Ação semelhante ocorreu no IOC Lacen em Imperatriz. “Realizamos uma ação reflexiva com a equipe de colaboradores em alusão ao Janeiro Branco. É de suma importância conscientizar sobre a importância da saúde mental e emocional”, frisou a diretora do IOC Lacen de Imperatriz, Débora Nascimento.
Daucyana Castro