Por Juliana Mello
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realiza até sexta-feira (19) o curso de “Atualização em diagnóstico laboratorial em malária e outros hemoparasitas: T. cruzi e microfilária”, no Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Estado do Maranhão (IOC-Lacen-MA), em São Luís.
Participam do treinamento profissionais de saúde como farmacêuticos, biomédicos e microscopistas dos municípios de Ribamar Fiquene, Itaipava do Grajaú, Arame, Barreirinhas, Alto Alegre do Pindaré, João Lisboa, Raposa e São José de Ribamar.
“O programa de malária, instituído pelo Ministério da Saúde, propõe que os profissionais que atuam nessa área, passem por uma atualização de conhecimento a cada três anos. Por isso nós estamos realizando esse curso com os municípios, para que os profissionais possam cada vez mais dar um diagnóstico preciso e de qualidade”, explica a farmacêutica e coordenadora do Laboratório de Endemias do IOC-Lacen/MA, Orzinete Rodrigues Soares, que também é responsável pelo curso.
Participante de Itaipava do Grajaú, o farmacêutico Carleandro Santos, destaca a importância de capacitações rotineiras. “Por ser uma cidade pequena é possível um cuidado mais próximo aos pacientes, sempre que chega pessoas oriundas de outros estados ou países, com algum sintoma, já ficamos em alerta, para que se possa fazer o diagnóstico preciso, por isso o treinamento é fundamental, tanto para o profissional quanto para o município”, ressaltou.
A biomédica Françoyse David Andrade, que trabalha no laboratório de epidemiologia no diagnóstico de esquistossomose, malária e leishmaniose no município de Barreirinhas, participa no curso, e afirma que a experiência está sendo bastante enriquecedora. “Em Barreirinhas não temos muitos casos de malária, mas é possível que um paciente possa contrair em outros estados ou até outros países. O primordial é que possamos dar um diagnóstico fidedigno, de forma precoce, para que esse paciente possa receber o tratamento adequado”, destacou.
O diretor geral do IOC-Lacen/MA, Lídio Gonçalves, explica como funciona o fluxo para o diagnóstico. “Uma das atribuições do laboratório de referência do estado é garantir a qualidade dos exames realizados por toda a rede de laboratórios do Maranhão. Nesse contexto, os técnicos microscopistas precisam ser capacitados, garantindo a fidelidade na leitura das lâminas”, informou.
Em 2023, foram registrados 57 casos no Maranhão. Já em 2024, foram registrados oito casos até o momento. Existem quatro espécies de Plasmodium que podem causar a malária humana (P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale), dos quais o P. falciparum e o P. vivax são os mais prevalentes no Brasil, sendo o P. falciparum o maior responsável por casos graves de malária.
De acordo com o Plano Nacional de Eliminação da Malária, instituído pelo Ministério da Saúde, o objetivo é reduzir o número de casos autóctones de malária, isto é, contraídos na própria região, para menos de 68 mil até 2025, reduzir o número de óbitos para zero até 2030 e eliminar a doença no Brasil até 2035.
O Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Estado do Maranhão (IOC-Lacen/MA), da rede da SES, é gerenciado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh).
Sobre a malária
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego. Após a confirmação do diagnóstico, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
Eduardo Ericeira