Por Daucyana Castro
Pacientes internados por complicações da Covid-19 estão recebendo estimulação por eletroterapia para recuperação muscular no Hospital Regional de Chapadinha, da rede estadual de saúde. O recurso está gerando bons resultados, em especial em pacientes que passaram por longos períodos de sedação e intubação, cuja musculatura perdeu o tônus em função do não uso e dos bloqueadores neuromusculares.
Pacientes de longa internação costumam ficar incapacitados de realizar movimentos simples. Por isso, além da fisioterapia respiratória, outro recurso no tratamento tem sido a eletroterapia, que consiste em aplicar correntes elétricas diversas para conseguir efeitos como analgesia, diminuição de edema, relaxamento e fortalecimento muscular, para auxiliar no processo de reabilitação.
O fisioterapeuta especializado em terapia intensiva, Wilson Moreira de Oliveira Júnior, explica que em casos de intubação prolongada, com uso de sedativo e neurobloqueadores, após a extubação, o paciente perde graus de força e tônus muscular. “Em casos de Covid-19, que o paciente passa por um período de 10 a 15 dias de intubação, depois que tiramos a sedação o paciente perde certo grau de força, então a gente utiliza esse artifício para resgatar esse movimento o mais rápido possível, e tem sido um sucesso. A gente coloca essa corrente na região, que faz o incentivo do movimento, promove a contração da musculatura e ajuda esse paciente fazer o movimento que ele não conseguia”, explica o fisioterapeuta.
A corrente utilizada para esse tratamento é a FES (Estimulação Elétrica Funcional), uma corrente alternada de baixa frequência, que provoca contrações musculares através de eletrodos sobre a pele do paciente.
Regina Simone Martins Rabelo, de 45 anos, passou 14 dias na UTI do Hospital Regional de Chapadinha. Agora, em leito de enfermaria, ela continua o tratamento com a eletroestimulação. A paciente recorda dos dias de tristeza e conta como foi a recuperação com a eletroterapia.
“Foram dias de muita tristeza com aquele tubo na minha boca, sem poder comer, nem respirar direito. Depois que comecei essa terapia, me ajudou muito. Eu não conseguia abrir uma porta. Ir para o outro lado não conseguia. Depois que botaram essas coisas [eletrodos] nas minhas costas e nos meus braços, ficou melhor pra mim. Passaram as dores e agora tá só alegria”, diz dona Regina.
O Hospital Regional de Chapadinha é gerenciado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH) e possui 22 leitos clínicos e 12 leitos de UTI específicos para atendimento de casos da doença.
“Graças aos esforços de todos os nossos profissionais, de todos os setores, como portaria, equipe da limpeza, técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, assistente social, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, equipe médica, supervisores e coordenadores, temos conseguido devolver nossos pacientes com vida e saúde para suas famílias. Nossos agradecimentos a essa equipe incansável, que mesmo diante desse cenário tem dado tudo de si”, pontuou o diretor geral da unidade, Francisco de Assis de Sousa Paiva.
Daucyana Castro