Por Daucyana Castro
Com o tema “Não deixe ninguém para trás, equidade no acesso aos cuidados paliativos”, o Hospital de Câncer do Maranhão, em São Luís, realizou na quarta-feira (6), uma ação em alusão ao Dia Mundial de Cuidados Paliativos. A unidade faz parte da rede estadual de saúde e tem recebido investimentos do Governo do Estado para ampliar e fortalecer a assistência em Oncologia.
“A unidade é referência. Temos uma equipe muito forte e presente nessa parte de cuidados paliativos. É de extrema importância ter esse serviço instituído e executado numa unidade oncológica. Os pacientes precisam ter esse conforto. É essencial o cuidado da equipe multiprofissional neste fim de vida, entender sobre a mortalidade, minimizar a dor e qualquer sintoma que esse paciente possa vir a sentir”, frisou a diretora do Hospital de Câncer do Maranhão, Ana Carolina Marques.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.
“A nossa ideia é inclusão, ter equidade e não esquecer ninguém. Não basta simplesmente ter igualdade no cuidado, onde você divide tudo em partes iguais. Mas é preciso também ter equidade, de forma que quem mais precisa receba mais. A equidade reconhece o direito de cada um, usando a equivalência para se tornarem iguais. Esse é o tema da nossa campanha”, explicou o médico responsável pelo setor de dor e cuidados paliativos da unidade, João Garcia.
A programação contou com a apresentação da banda do Corpo de Bombeiros do Maranhão, uma coreografia do grupo Lança Chamas da Igreja Batista do Angelim (IBA) e lanche coletivo. O capelão da unidade, Enilson Cutrim, em seu discurso falou sobre a flor de bambu que floresce a cada 100 anos no Japão mas que tem a vida útil de até 24 horas.
“É possível encontrar beleza em meio ao caos. A flor de bambu é um exemplo. Ainda que ela saiba que vai morrer, ela não deixa de florescer e embelezar o mundo. O que importa é a qualidade do tempo de vida que temos nesta terra”, disse o capelão.
O advogado Wudner da Silva Castro tem 67 anos de idade e um tumor no cérebro. Acabou de ter alta da unidade, mas fez questão de voltar para participar do evento e foi homenageado com uma plantinha e o hino do Botafogo, seu time de coração. Ele fez questão de fazer uso da palavra e agradecer o cuidado e o atendimento que recebeu no Hospital de Câncer.
“Eu sou maranhense. Vim do município de Primeira Cruz, morei mais de 20 anos no Rio de Janeiro, rodei o mundo e nunca acreditei que fosse encontrar um trabalho como o que se executa aqui nesse hospital. Fico feliz pelo que encontrei aqui neste hospital. Muito obrigada pela colaboração de todos”, disse Wudner Castro.
O Hospital de Câncer do Maranhão atende em média 4.500 pacientes por mês, o equivalente a 150 pessoas por dia, com serviços de ambulatório, internação e Serviço de Pronto Atendimento (SPA).
Daucyana Castro