O Governo realizou, na última semana, a 1º Feira Mães, Artesãs e Empreendedoras no Centro TEA, equipamento da rede estadual de saúde que presta assistência a crianças com o transtorno do espectro autista (TEA) e suas famílias. A ação reuniu mães das crianças atendidas na unidade, que apresentaram produtos artesanais confeccionados em oficinas promovidas no Centro TEA, como panos de prato pintados à mão, tiaras, broches, pipas, objetos entalhados em madeira, entre outros.
“Muitas mães têm dificuldades com o sustento da família, uma vez que cuidar de uma criança com TEA implica em uma dedicação que é difícil de conciliar com os empregos formais, no que diz respeito ao cumprimento de horários. Realizamos ações como essa porque o Centro TEA é muito mais do que acolher os filhos das pessoas, nós buscamos acolher a família como um todo”, disse a diretora administrativa do CER do Olho d’Água, Ana Eugênia Furtado.
A 1º Feira Mães, Artesãs e Empreendedoras foi utilizada como ferramenta de valorização das capacidades individuais e criativas. Natural de Alto Alegre do Pindaré, Vera Lúcia Lima se mudou para São Luís para buscar melhores resultados no tratamento da filha, que tem 9 anos. Tudo começou quando a criança havia recebido alta do Método ABA, abreviação para Applied Behavior Analysis, terapia que atua na linha da análise comportamental, baseando o aprendizado do paciente no reforço dos bons comportamentos em todas as situações possíveis.
“A Terapia ABA foi essencial para a evolução do quadro dela. Mas ao receber alta, eu vi a necessidade de aumentar a renda para poder continuar o tratamento dela. Foi então que vi nas oficinas a chance de aprender algo diferente, tanto que hoje consigo custear um plano de saúde para a minha filha com o artesanato que produzo”, destacou Vera Lúcia.
A artesã do Centro TEA, Silvani Everton, disse que incluir os pais foi fundamental. “Nos momentos em que a oficina de artesanato era realizada com as crianças, muitos pais e mães relataram a dificuldade de renda. Alguns até comentavam que não conseguiam ir às sessões por não terem dinheiro. Assim surgiu a ideia de poder abrir para que eles também pudessem participar, tanto para na evolução dos filhos, como também para aprenderem algo novo”, disse Silvani.
Com uma filha de seis anos atendida pelo equipamento, Ednalva Marques se redescobriu no artesanato. “Por termos dificuldade no mercado de trabalho, vimos no artesanato a possibilidade de conciliar os horários com a participação nas terapias, além da vida doméstica e também tempo com o meu marido. Por isso, sempre digo que o acolhimento é maravilhoso”, compartilhou.
Centro TEA
Inaugurada no dia 11 de dezembro de 2019 pelo governador Flávio Dino, o Centro TEA recebe pacientes com idade de até 12 anos diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atualmente, a unidade que trabalha em conjunto com o Centro Especializado de Reabilitação do Olho D’Água (CER do Olho d’Água), atende mais de 200 crianças.
Desde a sua criação, mais de três mil pacientes já passaram pelo Centro TEA ou ainda recebem algum tipo de acompanhamento pela equipe multiprofissional da unidade. A unidade presta assistência de forma individualizada por meio de uma equipe multidisciplinar em especialidades como educação física, fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, artesão, assistente social e musicoterapia.
Daucyana Castro