Fotos e Texto: Samir Aranha
Sejam colaboradoras, doadoras, pacientes ou acompanhantes, as mulheres constituem significativa parcela da comunidade que habita diariamente o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (Hemomar). Entre as colaboradoras da unidade, referência na doação de sangue e tratamento de hemofílicos, 77% são mulheres. Entre as doadoras, o percentual corresponde a 38%.
A diretora-geral do Hemomar, Clícia Galvão, comenta a importância das mulheres na construção de uma saúde pública de qualidade. “O Dia da Mulher é uma data de luta e reconhecimento de direitos e do papel da mulher na sociedade. E isso também acontece no Hemomar. Parabenizamos todas as nossas colaboradoras e doadoras que com sua força e generosidade são fundamentais para exercer o nosso papel, que é de salvar vidas”, ressalta.
De um total de 437 colaboradores, 339 são mulheres, mais de 77% do efetivo lotado na instituição, que é administrada pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH). A técnica de laboratório Luciene Brito é uma das mulheres que fez e faz a história do Hemomar. Decana do órgão, está no Hemomar desde a sua fundação, em abril de 1982.
“Entrei no Hemomar praticamente menina, aos 18 anos. Aqui construí minha história como mulher e participei da história de tantas outras, muitas vezes dando literalmente o sangue para salvar outras vidas”, conta.
Maioria na população brasileira, na doação de sangue as mulheres ainda figuram como minoria, apesar do acréscimo de doadoras nos últimos anos. Do total de 86.213 doações registradas pelo Hemomar em 2022, 32.933 foram realizadas por mulheres, o que corresponde a aproximadamente 38%.
Segundo a hematologista Marcela Tupinambá, são várias as razões para haver menos doadoras. “Mulheres podem doar até 3 vezes no intervalo de um ano, e com período de 3 meses entre cada doação. Esse tempo maior que dos homens, aliado ao período de restrição que envolve a gravidez e a amamentação e a maior incidência de anemia em mulheres estão entre essas causas”, explica.
A supervisora comercial Iracema Castro Martins, de 40 anos, busca inverter essa lógica. Doadora recorrente, ela trouxe a filha Ulie dos Anjos, de 17 anos, para sua primeira doação. “Ser mulher é muitas vezes dar o sangue pelo outro. Decidi trazer minha filha junto comigo para sua primeira doação como forma de ensinar um pouco sobre solidariedade”, relata.
Para Ulie, a experiência se mostrou tranquila e gratificante. “Fiquei muito emocionada de vir doar com minha mãe. Mais que nunca digo que somos companheiras de sangue”, afirma.