Por: Emmanuel Lopes
Fotos: Adeta Holanda
Profissionais de saúde que atuam em laboratórios públicos nos municípios de Buriti Bravo, Cajapió, Pio XII e São Luís participam da capacitação em Baciloscopia de Raspado Intradérmico na Hanseníase. A capacitação está sendo realizada, ao longo desta semana, no Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (IOC/Lacen-MA) e nesta sexta-feira (31) ocorreu a etapa prática da capacitação. Participaram da qualificação biomédicos, bioquímicos, farmacêuticos e técnicos de laboratório.
A Baciloscopia de Raspado Intradérmico na Hanseníase – que incluiu coleta, coloração e microscopia – é complementar à hipótese clínica para confirmação da doença. A iniciativa faz parte do cronograma de capacitações dos laboratórios públicos do Maranhão, o que possibilita que profissionais da saúde possam ter conhecimento sobre as manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da doença, e dessa forma, entender todo o processo e o motivo pelo qual a baciloscopia foi solicitada.
Segundo Nicolly Guerra, biomédica responsável pelo treinamento, a metodologia auxilia a rede de diagnóstico da doença. “É de grande importância para o nosso estado que os municípios estejam capacitados no diagnóstico da Baciloscopia em Hanseníase, devido ao grande número de casos no Maranhão. Assim, uma das atribuições do Lacen é capacitar estes municípios para que haja um controle de qualidade periodicamente dessas lâminas”, disse.
“O objetivo aqui é ampliar o diagnóstico precoce de hanseníase, para que o tratamento do paciente seja realizado de forma oportuna, impedindo dessa forma a disseminação da doença. Por meio do treinamento irá ocorrer uma padronização das técnicas no estado inteiro, o que permitirá ao laboratório a conexão com a rede local que vai realizar esses exames”, destacou a farmacêutica bioquímica e encarregada do laboratório de microbiologia do IOC/Lacen-MA, Aparecida Pinho.
Graziele Nunes, biomédica da Unidade Mista do Bequimão, em São Luís, participou da oficina. Ela aproveitou o treinamento para aprofundar ainda mais os seus conhecimentos. “É uma capacitação muito importante, porque a gente vem, aprende e dissemina as informações sobre o diagnóstico e tratamento, visto que ainda tem muito preconceito”, ressaltou.
Para Hosineth Sampaio, bioquímica do Hospital Municipal de Cajapió, que participou pela primeira vez da oficina, o conhecimento vai contribuir para o diagnóstico dos pacientes na região norte do estado. “Com essa captação é possível fazer um diagnóstico precoce dos pacientes com Baciloscopia em Hanseníase no município de Cajapió. É uma ação muito importante, porque a gente vai levar para lá todo o aprendizado da equipe e compartilhar com os demais profissionais”, comentou.
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos (braços e pernas), com capacidade de ocasionar lesões neurais, podendo acarretar danos irreversíveis, inclusive exclusão social, caso o diagnóstico seja tardio ou o tratamento inadequado.
Vanessa Karinne Selares Ribeiro Ferreira