Por Samir Aranha
No Maranhão, o Hospital Presidente Vargas, da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), é referência no tratamento de casos de malária e de outras doenças tropicais. O Dia Mundial de Luta contra a Malária é celebrado no dia 25 de abril e, por conseguinte, durante toda esta semana serão enfatizados o alerta e a proposição de ações que visem a prevenção, controle e tratamento adequado dos casos, informando a população sobre os riscos, sintomas e cuidados preventivos.
Segundo o diretor-administrativo do Hospital Presidente Vargas, Thiago Leite, no ano de 2022 foram identificados e tratados 24 casos, e nos primeiros três meses de 2023, 14 casos foram tratados entre as 3 variantes da doença. “Nosso Hospital se constitui como espaço de referência no Estado para doenças infecciosas e tropicais, disponibilizando atendimento rápido e qualificado, possibilitando adequado tratamento a casos como os de malária”, ressaltou.
Doença infecciosa causada por parasita do gênero Plasmodium, e transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles infectada, a malária se caracteriza como uma condição febril aguda que carece de atenção e atendimento adequado para evolução satisfatória do quadro geral do paciente. Considerada um problema sanitário em cerca de 80 países de clima tropical e subtropical, a malária causou 736 mil óbitos no mundo em 2019, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Além da febre alta, os demais sintomas da malária são sudorese, calafrios e tremores, que podem evoluir para falta de apetite, cansaço e vômito, levando até à necessidade de hospitalização. Ao apresentar esses sinais, o indivíduo normalmente atendido em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou Unidades Básicas de Saúde, e que apresente histórico de viagens a áreas de risco, é encaminhado ao Hospital Presidente Vargas para prosseguimento do diagnóstico, que é confirmado por meio do exame de lâmina (gota espessa) ou teste rápido. Em caso de suspeita confirmada, o tratamento é realizado com medicamentos fornecidos gratuitamente no hospital, conforme a variante do parasita que infectou o paciente. O Hospital Presidente Vargas é gerenciado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh).
Segundo o médico infectologista Jackson Costa, a minoria dos casos no Estado é considerada autóctones, ou seja, fruto de contaminação por mosquitos no local. Grande parte dos casos tratados deriva de pacientes que retornam de áreas de risco, como garimpos localizados na região amazônica. “Como a doença possui um tempo de desenvolvimento entre 7 e 14 dias, muitas vezes o paciente retorna destes locais com grande número de casos e só vem a apresentar sintomatologia aqui. E é quando entramos com o tratamento”, explicou o infectologista.
O tratamento é realizado de maneira ambulatorial ou, nos casos mais graves, com a necessidade de internação hospitalar. O médico infectologista Jackson Costa explica que das três variáveis presentes no Brasil (P. vivax, P. falciparum e P. malariae), a mais perigosa é a P. Falciparum. “Por causar quadros agudos, o tratamento é mais urgente e, caso não seja realizado, leva o paciente invariavelmente a óbito”, alertou.
Para além da medicação, a população que habita áreas sensíveis como beira de rios e áreas alagadas, pode buscar proteção com o uso de telas e mosquiteiros, o uso de repelentes e de roupas cumpridas e botas, buscando evitar a picada do mosquito, que se dá prioritariamente no período noturno.
Eduardo Ericeira