Como parte das ações do Julho Amarelo, mês alusivo de combate às hepatites virais, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) tem realizado capacitações sobre o assunto, ações educativas, testagem rápida e vacinação para a população e profissionais de saúde. Nesta sexta-feira (28), Dia Nacional de Luta Contra as Hepatites, a SES reforça que a melhor maneira de prevenção da hepatite A e B é a vacina. Não existe vacina contra a hepatite C, mas existe tratamento e cura.
A “Campanha Julho Amarelo – Mês de Luta Contra as Hepatites Virais 2023” tem como tema “Vacina, testagem e diagnóstico precoce são aliados nessa luta”, visa fortalecer as ações de vigilância, prevenção e controle das Hepatites Virais (HV) no Maranhão.
As hepatites virais são doenças que provocam inflamação do fígado. Na maioria das vezes, não existem sintomas e as hepatites passam despercebidas. Somente com exames de sangue específicos é possível confirmar a doença. Os sintomas apresentados são sempre: febre, cansaço, fadiga, vômitos, pele e olhos marejados, urina escura e fezes claras.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS), os tipos mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN Net), entre os anos de 2021 e 2023, foram registrados 920 casos de Hepatites Virais no Maranhão, sendo 281 em 2021, 451 em 2022 e 188 até junho do presente ano.
Ainda de acordo com o SINAN NET, foram aplicados 474.521 testes rápidos para detecção no mesmo período, sendo 67.876 em 2021, 260.243 em 2022 e 146.402 até junho deste ano. Segundo os dados do Sistema, a Hepatite B foi a que teve mais registros, com 627 casos confirmados nestes três anos.
“A crescente de casos se deve principalmente ao fato de que a atenção básica em saúde dos municípios passou a aplicar mais testes após a mudança de cenário causado pela pandemia de Covid-19, nos anos de 2020 e 2021. A SES tem contribuído para ampliar a busca ativa nos territórios ao estabelecer parceria com os municípios e fortalecer as ações realizadas”, destacou a chefe do Departamento de Atenção às IST/AIDS e Hepatites Virais da SES, Jocélia Frazão de Matos.
No Maranhão ocorre a dispensação de testes rápidos, preservativos e incentivo à vacinação para toda atenção básica en saúde dos 217 municípios. Além disso, realiza-se orientação para o tratamento dos tipos B e C nos serviços especializados em São Luís, Pedreiras, Bacabal, Imperatriz, Coroatá, Açailândia, Timon, Itapecuru-Mirim, Barra do Corda e Pinheiro, bem como o apoio institucional com treinamento dos profissionais de saúde e diálogo com a sociedade.
Prevenção
Para se proteger das hepatites virais, a SES alerta que é importante manter o calendário vacinal atualizado. Os tipos A e B são prevenidos com vacina, que estão disponíveis nos postos de saúde dos 217 municípios maranhenses. Além disso, também é importante manter a etiqueta de higiene, não consumir água ou alimentos de origem duvidosa, lavar as mãos, não compartilhar objetos de uso pessoal e usar preservativo em todas as relações sexuais.
Quanto à hepatite do tipo C, ainda não dispõe de vacina, entretanto é necessário que o indivíduo atente ao não compartilhamento de objetos que possam ter entrado em contato com sangue e usar sempre preservativo em todas as relações sexuais. Para as mulheres gestantes, é preciso manter na agenda as consultas de pré-natal, pois os exames realizados ajudam a detectar as hepatites B e C, bem como HIV e Sífilis.
Para saber se tem ou não um destes tipos da doença, a pessoa precisa fazer o teste rápido, disponível em qualquer unidade básica de saúde. O resultado sai em até 30 minutos. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.
Outra forma de cuidado é o uso da prevenção combinada. Entre os métodos que podem ser combinados estão: a testagem regular para o HIV, que pode ser realizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS); a imunização para as hepatites A e B; programas de redução de danos para usuários de álcool e outras substâncias; profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP).
Eduardo Ericeira