15 de setembro de 2023

Governo promove curso de capacitação para o diagnóstico de esquistossomose no IOC-Lacen/MA

Por Juliana Mello

Com o objetivo de aprimorar a vigilância e reduzir a incidência da doença popularmente conhecida como “barriga d’água”, o Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Estado do Maranhão (IOC-Lacen/MA), encerrou nesta sexta-feira (15), o curso de capacitação para diagnóstico de esquistossomose, voltado aos técnicos de laboratório e microscopistas que atuam no interior do estado. O treinamento teórico e prático ocorreu no período de 11 a 15 deste mês.

O curso foi ministrado pela coordenação do laboratório de endemias do IOC/Lacen-MA e ofereceu apostilas, aulas teóricas e práticas. “Dessa forma, o profissional que foi treinado pode dar o diagnóstico com todo o suporte de equipamentos de qualidade e os materiais necessários como microscópio e corantes, para que saibam fazer uma coleta correta, uma leitura correta da mesma. Pois isso pode interferir na qualidade do diagnóstico, e consequentemente no tratamento da doença”, enfatiza a responsável pelo curso e encarregada do setor de endemias do IOC-Lacen/MA, Orzinete Rodrigues Soares.

Participaram microscopistas e técnicos de laboratório dos municípios de Cururupu e Guimarães. A técnica de laboratório e estudante de enfermagem, Mirella Ceccon, que atua no laboratório de endemias de Guimarães, elogiou o curso. “Agradeço por poder representar minha cidade como uma multiplicadora de conhecimento, além de reforçar a importância de saber que a partir de agora poderá dar diagnósticos precisos e que esses diagnósticos podem ajudar a salvar vidas, uma vez que essas doenças são negligenciadas até mesmo pela própria população devido à falta de informação ou cuidado, nas comunidades mais carentes”, frisou a técnica de laboratório.

No IOC-LACEN, além da capacitação, é feito um controle de qualidade das lâminas, onde os laboratórios e regionais de saúde encaminham as amostras e seus diagnósticos para servir de monitoramento em relação à padronização e leitura correta das lâminas. 

O Programa de Controle de Esquistossomose Estadual funciona atualmente em 32 municípios. “Realiza-se uma média de 80 mil exames ao ano, em que resultam numa faixa de 4.500 exames positivos para esquistossomose. Por isso a importância de se fazer um treinamento com os municípios, para que se possa chegar ao diagnóstico e dar início ao tratamento de forma precoce antes de atingir a forma mais grave da doença”, reforçou o biólogo e coordenador do programa, Manoel Brito.

ESQUISTOSSOMOSE

A esquistossomose também conhecida como “barriga d’água” ou “doença dos caramujos” é transmitida para o homem através do parasita (verme) Schistosoma mansoni, que utiliza como hospedeiro o caramujo. A infecção acontece a partir do contato com água contaminada. A principal forma de prevenção da doença é o destino adequado dos dejetos humanos contaminados em fossas e ações de saneamento dos esgotos.

Na fase aguda, a doença se manifesta por meio de vermelhidão e coceira cutâneas, febre, fraqueza, náusea e vômito. Na fase crônica, fígado e baço podem aumentar de tamanho. Outros sintomas incluem hemorragias; liberação de sangue em vômitos e fezes e aumento do abdômen (característica que deu origem ao nome popular da doença: barriga d’água).

O tratamento é feito com dose única de medicamento fornecido pela unidade de Atenção Básica, por meio do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE).

Daucyana Castro