As práticas alternativas de terapias de saúde que auxiliam no tratamento de dores crônicas, estresse, depressão, e de inúmeras doenças, estão autorizadas nas unidades no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Portaria 971, do Ministério da Saúde (MS), a qual assegura à população a aplicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS.
O governo do Maranhão tem investido em um conjunto assistencial para garantir o acesso dos maranhenses a esses tipos de tratamentos complementares, ampliando os serviços oferecidos em unidades da rede estadual de saúde, gerenciados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Ao todo, mais de 10 serviços já são disponibilizados. Dentre eles estão acupuntura, hidroterapia, dança, terapia em grupo, ludoterapia, educação artística envolvendo pintura e música, hidroginástica, pilates e Reeducação Postural Global (RPG) – método fisioterápico, todos disponíveis de forma gratuita e que trabalham aspectos físicos e neurológicos.
“Tornando esse pacote de terapias complementares acessível na rede estadual, permitimos que pessoas que anteriormente não tinham a possibilidade de complementar tratamento de saúde, sejam usuárias desses serviços. Assim, elas podem melhorar quadros clínicos com mais agilidade e de modo integral e obter todas as demais vantagens que são proporcionadas por essas práticas”, informou o secretário de Estado de Saúde, Carlos Lula.
Os serviços se concentram nos Centros de Reabilitação e de Especialidades Médicas do estado. Quem tem acesso a eles conta como é o diferencial de ter esse recurso. “Eu sentia muitas dores na lombar e o médico me encaminhou para o pilates. Há seis meses, estou fazendo e já consigo fazer movimentos que antes eram difíceis, como o agachamento. Minha filha do Rio de Janeiro esteve recentemente comigo e ficou encantada com a estrutura que viu. Ficamos felizes por ter esse tipo de tratamento na rede pública de saúde”, considerou Marilda Carvalho, 69, paciente do Centro Especializado de Reabilitação e Promoção da Saúde (CER) do Olho d’Água.
Segundo a fisioterapeuta Danielle Campos, técnicas como o pilates, fazem parte de um trabalho conjunto que busca não só o condicionamento físico do paciente, mas a sua completa reabilitação. “Essas terapias ajudam o paciente a manter o que ele já teve de avanço na fisioterapia, por exemplo. Os pacientes que fazem os dois tipos de tratamento têm muito mais ganho e conseguem uma melhoria significativa em sua qualidade de vida”, explicou a fisioterapeuta.
Além do pilates, a dança é outra maneira de conseguir tratar, reabilitar e manter a saúde, como explica o educador físico, Viller Monteles. “A socialização promovida pela atividade de grupo combate a timidez, ajuda na coordenação corporal, no equilíbrio, percepção de espaço, e combinada a outros diversos fatores, contribui para que se tenha uma reabilitação de maneira plena. Algumas pessoas chegam depressivas ou com muita timidez e, após iniciarem as atividades, se tornam alegres e mais dispostas”, pontuou. No CER há turmas de dança todos os dias pela manhã com alunos de 20 aos 89 anos de idade.
A hidroterapia, conhecida também como fisioterapia aquática, ou aquaterapia, é uma atividade realizada em piscina aquecida que acelera o processo de recuperação de lesões e patologias como a artrite. “Esse método também inclui o fortalecimento dos músculos, aumento da amplitude das articulações, melhora do funcionamento cardiorrespiratório e da circulação sanguínea, assim como diminuição da dor e do estresse”, explicou Anny Caroline Lobo Correa, enfermeira e coordenadora do Centro de Reabilitação da Cidade Operária.
O serviço é oferecido duas vezes por semana em sessões de 40 a 60 minutos, dependendo dos casos. A hidroterapia recebe pacientes que já realizaram a fisioterapia e antes da alta são avaliados e encaminhados para o tratamento de no máximo três meses.
Acupuntura
Para combater quadros de dores crônicas, ou enxaqueca, cólicas, fibromialgia, estresse, distúrbios emocionais, como a depressão e ansiedade, aliviar sintomas da menopausa, incontinência urinária e alergias, a acupuntura também está dentre os serviços disponíveis na rede estadual de saúde.
Considerada como terapia complementar, desde 1995 é também reconhecida como especialidade médica. A pedagoga Bárbara Lima já experimentou na prática os benefícios das agulhas para amenizar o quadro das fortes dores de cabeça. “Por muitos anos sofri com enxaqueca. Nunca pensei que o alivio viria da acupuntura e, sinceramente, que iria encontrá-lo na rede estadual de saúde. É bom ver os efeitos dos esforços para melhorar e qualificar os serviços de saúde do estado”, relatou Bárbara Lima.
Os Centros de Reabilitação do Olho d’Água e da Cidade Operária possuem fisioterapeutas acupunturistas habilitados para realizar o procedimento, que produz efeito analgésico, antiinflamatório e relaxante muscular.
Daucyana Castro