Por Daucyana Castro
O Governo do Estado já realizou 1.000 cirurgias no Hospital Aquiles Lisboa, unidade que compõe a rede estadual de saúde. O hospital, situado na região do Bonfim, é referência no tratamento da hanseníase no Maranhão e, com investimentos da Secretaria de Estado da Saúde (SES), desde julho deste ano, passou a contar com duas salas de centro cirúrgico.
“É um marco importante não só para a história da unidade como para os moradores da região, que passaram a contar com mais este serviço. Fruto de investimentos do Governo, as cirurgias no Aquiles Lisboa beneficiam quem aguarda por um procedimento, ainda mais agora que estamos retomando os serviços que ficaram suspensos por conta da pandemia”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
De julho a dezembro de 2021, foram realizados 1.022 procedimentos cirúrgicos na unidade, administrada pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh). “Essas duas salas de centro cirúrgico no Aquiles têm sido importantíssimas para melhorar o fluxo de atendimentos na capital. Ao mesmo tempo, reforça nosso compromisso de entregar diariamente serviço público de saúde de qualidade, salvando muitas vidas”, pontuou o presidente da Emserh, Marcos Grande.
O senhor Valdo de Jesus Rocha, de 61 anos, foi o primeiro paciente a ser operado no centro cirúrgico do Hospital Aquiles Lisboa. Morador de um povoado no município de Igarapé do Meio, ele chegou à unidade para se submeter a uma cirurgia de próstata. “Fiquei satisfeito, gostei muito do hospital. Graças a Deus deu tudo certo. Antes eu não podia nem trabalhar. Tive que fazer essa cirurgia para recuperar e continuar a luta”, disse o idoso após a cirurgia.
Com duas salas de centro cirúrgico em pleno funcionamento, nesta semana foi realizada a primeira cirurgia neurológica na unidade de saúde: uma microneurolise de nervo periférico, procedimento indicado em casos de compressão nervosa. A equipe, composta pelos neurocirurgiões Bráulio Galdino de Araújo, Luís Fernando Júnior e Thiago Teixeira, foi responsável pelo procedimento, realizado na terça-feira (28).
O neurocirurgião Bráulio Galdino explica que essa compressão nos nervos periféricos é uma sequela que pode aparecer antes do diagnóstico ou no pós-tratamento. Com isso, os pacientes têm perda da função motora, deformidade e sentem muitas dores. Isso dificulta a inclusão social, tendo em vista a doença ainda ser muito estigmatizada e a incapacidade ao trabalho.
“Foi um grande avanço a realização dessa cirurgia no Aquiles. Queremos agora ser referência também em cirurgias de neuropatias por hanseníase. Essa compressão nos nervos afeta a sensibilidade e causa dor. Com a cirurgia, esse paciente tem melhora na qualidade de vida, na função motora e sensitiva. Essa primeira cirurgia foi um sucesso. O paciente já está de alta e encaminhado para reabilitação”, relatou Bráulio Galdino.
O primeiro paciente submetido à cirurgia de microneurolise foi o Raydan Santos Farias, de 32 anos e morador do bairro Anjo da Guarda. Já em casa, ele comemora a nova fase do tratamento. “Tá tudo bem. Já estou em casa. Essa cirurgia foi importante e eu gostei muito do atendimento. Não tenho nada do que reclamar”, disse o rapaz.
Para a diretora da unidade, o Hospital Aquiles Lisboa nos últimos anos tem contribuído com a assistência pública gratuita e de qualidade na rede de saúde do Estado. “Foram muitos avanços em 2021. Fechamos o mês de dezembro com mais de 1.000 cirurgias realizadas. Essa semana, realizamos a primeira cirurgia de neurólise, que é uma neurocirurgia que se trata de uma demanda do programa de hanseníase que está sendo atendida. Além de facilitar o acesso da população, esses procedimentos possibilitam a integralidade na saúde que é o compromisso da gestão estadual”, afirmou a diretora geral do Hospital Aquiles Lisboa, Nathalia do Vale Carvalho de Araújo.
Daucyana Castro