A hanseníase é uma doença que ainda é bastante estigmatizada. Para chamar atenção das pessoas em relação a importância do diagnóstico e tratamento precoce, é realizada todos os anos a campanha Janeiro Roxo. No Maranhão, o Hospital Aquiles Lisboa (HAL), localizado na Ponta do Bonfim, faz parte da Rede Estadual de Saúde e é referência para tratamento da doença.
A unidade, gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH), conta com uma estrutura completa para quem faz o tratamento na unidade, desde consultas médicas com dermatologista, apoio de equipe multidisciplinar, internação e até o recebimento de órteses e próteses, caso necessário.
Mensalmente são realizados cerca de 900 atendimentos ambulatoriais voltados para detecção e tratamento da hanseníase no Hospital Aquiles Lisboa. A unidade também realiza cirurgias em pacientes integrados ao Programa da Hanseníase do Hospital Aquiles Lisboa.
“Os pacientes ainda se sentem envergonhados para procurar o atendimento, mas é fundamental que busquem orientação e façam o tratamento. A gente sempre tem esse trabalho de conscientizar a população sobre a doença e em caso de sintomas, procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou até mesmo diretamente aqui o HAL”, frisou a diretora geral do Hospital Aquiles Lisboa, Josélia Rodrigues.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em todo o ano de 2022 foram confirmados 2.099 novos casos da doença. São Luís lidera a lista com 233 novos casos, seguida de Imperatriz, com 117 e Caxias, com 75 novos casos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 30 mil casos de hanseníase são detectados por ano no Brasil.
A hanseníase é uma doença crônica que pode afetar qualquer pessoa e é causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Entre os principais sintomas, destacam-se manchas esbranquiçadas, amarronzada e avermelhadas na pele com alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, inchaço e dor nas mãos, pés e articulações, redução da força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e que pode gerar incapacidades permanentes.
“Geralmente o período de incubação dura de dois a cinco anos e as manifestações dos sintomas variam de acordo com o grau do paciente diagnosticado. É importante ressaltar que todo o tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, destacou a coordenadora de enfermagem do HAL, Williane Castro.
Eduardo Ericeira