Por Julyana Mello
O Laboratório Central do Maranhão (LACEN-MA), por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), juntamente com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e com o apoio da Escola de Saúde Pública (ESP-MA) realizou um Webinar no início desta semana com o intuito de repassar orientações sobre o MonkeyPox Virus. O encontro foi voltado aos profissionais de saúde do estado, para a identificação e o monitoramento de casos suspeitos no Maranhão. O caso suspeito de MonkeyPox que estava sendo investigado em São Luís foi descartado nesta sexta-feira (17), pela Secretaria de Estado da Saúde.
O encontro online, com participação de mais de 500 pessoas, dentre gestores de unidades de saúde, profissionais da área de infectologia e representantes de órgãos públicos que atuam na área da vigilância epidemiológica, e inúmeros profissionais da saúde do estado, abordou aspectos clínicos e diagnósticos da infecção humana pelo Monkeypox Virus, além da notificação e investigação epidemiológica, fluxo de diagnóstico da infecção, bem como orientações de Vigilância Sanitária em casos de monkeypox.
“Por se tratar de algo novo, é imprescindível que as informações divulgadas sejam baseadas em critérios técnicos e clínicos previamente estabelecidos. Dessa maneira, conseguiremos fortalecer as ações de identificação e monitoramento, bem como a vigilância dos casos suspeitos”, disse a superintendente de Epidemiologia da SES, Mayrlan Avelar.
A bioquímica do Laboratório Central do Maranhão (LACEN-MA), Mirtes Rocha, ressaltou a importância da coleta de amostras para diagnóstico. “Para o diagnóstico laboratorial é necessário que sejam feitas coletas simultâneas de amostras da secreção e/ou crosta das lesões, sangue e urina assim como swab nasal e orofaríngeo. As amostras clínicas possibilitam realizar o diagnóstico específico para monkeypox vírus, bem como realizar o diagnóstico diferencial. Após a análise e identificação de reações é que poderemos dar respostas conclusivas para a Vigilância Epidemiológica, a fim de darem condução precisa ao caso”, disse.
Segundo Jakeline Trinta Rios, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), nesse cenário de vigilância epidemiológica da monkeypox, o CIEVS “vem realizando o monitoramento de rumores; elaboração e emissão de alertas e comunicados de risco; orientação às áreas técnicas e profissionais de saúde; e através desses webnars, vem monitorando possíveis casos em articulação com as demais áreas técnicas envolvidas”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que mais de mil casos de varíola dos macacos (monkeypox) foram relatados em 29 países fora da África, onde a doença é endêmica. O Brasil teve o primeiro caso confirmado em São Paulo. No Maranhão, o caso suspeito investigado em São Luís foi descartado. O paciente segue em isolamento domiciliar aguardando diagnóstico do quadro infeccionou e a Secretaria de Estado da Saúde informou que o Maranhão permanece sem casos de Monkeypox.
De acordo com o Ministério da Saúde, no momento, o Brasil registra três casos confirmados, sendo dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul. Estão em investigação seis casos suspeitos. Todos seguem isolados e em monitoramento.
MONKEYPOX VÍRUS
O Monkeypox é um vírus que infecta roedores na África e macacos são provavelmente hospedeiros acidentais, assim como o homem. A infecção possui sintomas bem similares à varíola humana, porém com baixas taxas de transmissão e de letalidade. A transmissão da doença pode acontecer por contato próximo com pessoal ou animal infectado, através de lesões cutâneas e mucosas, fluidos corporais ou gotículas respiratórias.
SINTOMAS
Febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios, exaustão. Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
As lesões passam por cinco estágios e a doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.
PROTEÇÃO
O uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.
Daucyana Castro