Por Samir Aranha
FOTOS: Francildo Falcão
Cuidar do amor da vida de alguém, com dedicação e afinco, sem deixar o profissionalismo de lado. Este é o desafio diário de tantas mulheres que são mães e profissionais de saúde em tempo integral.
Neste domingo (14) em que se comemora o dia das mães, se destacam as histórias de três mulheres que, por meio de suas atividades em unidades da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e administradas pela Empresa Maranhense de Recursos Hospitalares (EMSERH), distribuem amor e cuidado, ampliando os próprios significados de suas profissões e da maternidade.
A artesã e assistente social Silvani Everton, 49, trabalha no Centro TEA há dois anos como arte-terapeuta. Mãe do jovem João Victor, hoje com 21 anos, ela conta que viu sua vida se modificar completamente pela maternidade, bem como pelo diagnóstico do filho, quando este tinha seis anos.
“A minha trajetória profissional se confunde com os próprios desafios da maternidade. As minhas formações, tanto como assistente social como quanto artesã, vieram da necessidade de compreender o autismo e buscar estratégias para que meu filho pudesse ter garantido plenamente seu direito a um desenvolvimento saudável”, comenta a artesã.
Engajada em projetos artísticos, e de autonomia e empreendedorismo, Silvani distribui afeto a pacientes e pais frequentadores do Centro TEA. Ela conta que muitas vezes seu papel como mãe de autista se confunde ao próprio exercício profissional. “Uma palavra de acolhimento, como mãe de autista, sobretudo aos pais que recentemente receberam o diagnóstico do TEA, contribui para a adesão e participação das atividades. Muitas vezes os pais comentam que a identificação com minha história os faz bem também”, disse.
Maternidade como exemplo
Aos 45 anos, a técnica de enfermagem Maria Emília Pachêco equilibra sua rotina entre o trabalho na Policlínica do Cohatrac, a maternidade de três filhas, hoje com 24, 23, e 22 anos, além da necessária manutenção de uma rotina de lazer e autocuidado.
“Sou mãe, enfermeira e mulher. Todos os dias a maternidade fala alto quando estamos no atendimento a diversas pessoas com tantos problemas, querendo muitas vezes abraçar o mundo. Mas também como mãe de três meninas, sempre tentei dar o exemplo que elas tenham suas próprias vidas, empregos e jamais esqueçam que também é necessário se valorizar como mulher, se amando mesmo. Para cuidar dos outros, temos que estar bem, cuidando da gente mesmo”, relata.
Maternidade como empatia
Lauzimar Oliveira da Silva, de 54 anos, é mãe e enfermeira no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão, onde trabalha com a Hemovigilância, setor responsável por procedimentos que garantem a constante melhoria do ciclo do sangue e da segurança para doadores e receptores.
Após a perda do filho Thiago de forma trágica, há três anos, Lauzimar vê no trabalho a força motriz para seguir em frente. “A perda de um filho é uma dor que nenhuma mãe poderá descrever ou mesmo dizer que é superada. Vejo meu trabalho ao mesmo tempo como um alento para seguir em frente e uma missão, pois sei que de alguma forma eu e todas as mães que são profissionais de saúde ajudam para que outras famílias, com pacientes enfermos, possam não passar por uma dor de perda como a que sinto”, diz.
Eduardo Ericeira