Por Samir Aranha
Fotos Ricardo Zacheu
A equipe multidisciplinar de atenção do Hospital da Ilha possibilitou, nesta quarta-feira (31), a realização de um sonho. A jovem Kauani Rodrigues Coqueiro, de 14 anos, internada na unidade há cerca de 20 dias em razão de um quadro agudo de Anemia Hemolítica Autoimune, teve a oportunidade de conhecer o mar.
Natural da cidade de Codó, a 315 quilômetros de São Luís, Kauani foi transferida para o Hospital da Ilha para investigação profunda de seu quadro clínico e realização de medicação com o intuito de reverter o quadro de anemia profunda. Na unidade, conquistou as equipes com sua simpatia e doçura, despertando o desejo de vários profissionais em proporcionar um momento de alegria como coroação à sua alta médica.
Segundo o diretor-clínico do Hospital da Ilha, Dr. Dimitrius Garbis, que atuou diretamente no caso da jovem, o passeio faz parte das estratégias de acolhimento realizadas pela equipe multidisciplinar no sentido de possibilitar o bem-estar dos pacientes. “Através da escuta empática, foi identificado este desejo da paciente e pensamos que seria benéfico possibilitar o passeio. A literatura médica já provou que o bem-estar e o humor são componentes importantes na recuperação da saúde. Então sempre que possível promovemos ações que possam dar mais alegria ao nosso paciente”, explicou.
Acompanhada dos pais e por membros da equipe multidisciplinar, Kauani foi levada de ambulância do Hospital até a Praça dos Pescadores, localizada na Avenida Litorânea. À primeira vista da praia, não conteve as lágrimas. “É lindo. Eu esperei muito por esse momento, tô muito feliz! ”, exclamou.
A mistura de sentimentos entre alegria e alívio era igualmente visível aos pais de Kauani. José Raimundo Coqueiro, 37 anos e dona Maria José Rodrigues (43), a todo momento comentavam sobre a gratidão pelo processo de recuperação da filha.
“Hoje, pela Kauani, realizamos o sonho de ver o mar, que é de toda nossa família. Com ela a gente conseguiu o que era vontade também do nosso menino Kauan, que faleceu aos 10 anos sem ter visto o mar”, disse Dona Maria José.
O alívio com a melhora no quadro da filha e a garantia de continuidade do tratamento da anemia foi destacado pelo pai de Kauani. “Só posso agradecer a Deus e a toda equipe do hospital. Só eles sabem o medo que eu tinha de perder uma outra filha. Agora é seguir o tratamento todo mês no Hemomar, garantindo que ela tenha uma vida normal”, disse Seu José Raimundo.
Ao final do passeio, a sensação de dever cumprido e alegria por possibilitar um momento de alegria era o mote entre a equipe multidisciplinar. Para a fisioterapeuta Ivanilde Mendanha, que acompanhou Kauani desde o início da internação, o bem-estar da paciente funciona como estímulo. “Ver a kauani bem e feliz, podendo voltar paraa casa e ainda tendo realizado um sonho é muito gratificante. São momentos como esse que nos fazem acreditar no poder realizador de nossas atividades na saúde pública”, comentou.
Inaugurado em abril de 2022, o Hospital da Ilha integra a rede pública, sendo vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES) e administrado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH).
Sobre a anemia hemolítica autoimune
A anemia hemolítica autoimune faz parte de um grupo de distúrbios caracterizados por um mau funcionamento do sistema imunológico, que resulta na produção de autoanticorpos que atacam os glóbulos vermelhos como se eles fossem substâncias estranhas ao corpo.
A anemia hemolítica autoimune é um grupo incomum de distúrbios que podem ocorrer em qualquer idade. Esses distúrbios afetam as mulheres mais frequentemente que os homens. Algumas pessoas podem não manifestar sintomas, particularmente quando a destruição de glóbulos vermelhos é leve e se desenvolve lentamente. Outras pessoas apresentam sintomas similares aos de outros tipos de anemia (tais como fadiga, fraqueza e palidez) especialmente quando a destruição é mais grave ou rápida.
Vanessa Karinne Selares Ribeiro Ferreira