Por Vanessa Ribeiro
Durante o mês de novembro, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realiza ações voltadas para conscientizar a população sobre os cuidados e prevenção da prematuridade. Os bebês que nascem antes de completar 37 semanas de gestação são considerados prematuros.
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), o Brasil ocupa o 10° lugar no ranking mundial de países com mais nascimentos antes de 37 semanas de gestação. A cada 10 bebês, um nasce prematuro no país.
Na Maternidade de Alto de Risco de Imperatriz (Mari), as mães que estão com seus bebes internados participaram, na última sexta-feira (17), no Dia Mundial da Prematuridade, de uma roda de conversa sobre o tema.
Com 24 semanas de gestação, Anne Mendes, moradora de Açailândia, descobriu uma pré-eclâmpsia. Passou três dias internada para controlar a pressão arterial. Quinze dias depois voltou para a Mari com a pressão arterial novamente alterada. A ultrassonografia mostrou a indicação que deveria ser feita uma cesariana de emergência.
“Foi desesperador. Nenhuma mãe espera que seu filho nasça antes do tempo e fique internado na UTI. Após o parto tive hemorragia e não pude ver minha filha por alguns dias. Com o passar do tempo, com orientação dos profissionais aqui da maternidade comecei a fazer o método canguru e com 30 dias minha filha teve alta. Passou 19 dias na UTI e 11 na UCI. Foi uma experiência desafiadora que hoje eu conto e não tem como não me emocionar. Graças a todo o profissionalismo e suporte aqui da maternidade, minha filha hoje é uma garotinha forte e saudável”, disse Anne Mendes.
Em 2022 foram realizados 404 partos de prematuros e em 2023, de janeiro a outubro, foram 389 partos antes do tempo na Mari, maior maternidade pública da região Tocantina. A unidade, que é referência para 42 municípios da região, inclusive cidades do Pará e Tocantins, conta com 40 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e 17 de Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) Neonatal.
“O Novembro Roxo fala exatamente disso, da sensibilidade e da individualidade de lidar com esses prematuros e dessas famílias. Nosso maior desafio não é saber que vai nascer um prematuro, mas sim como vamos entregar esse bebê para sua família. Hoje nós temos uma equipe de excelência mas temos certeza que ela não trabalha sozinha. O apoio das famílias, sobretudo das mães é fundamental. A caminhada é longa mas temos certeza que no final colheremos bons frutos”, destacou a diretora geral da Mari, Tassiana Miranda Brandão.
Timon
O Dia Mundial da Prematuridade também não passou em branco no Hospital Alarico Nunes Pacheco, em Timon. Na unidade, que também é gerenciada pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), foi realizada uma roda de conversa com a equipe multidisciplinar do hospital, enfatizando as pequenas ações que geram grande impacto na assistência prestada na UTI neonatal da unidade.
Houve ainda encontro com mães de prematuros, que deram depoimentos sobre a assistência recebida na UTI da unidade. E ainda distribuição de lembrancinhas, como símbolo da prevenção e cuidados com a prematuridade.
Karina Gomes, de 26 anos, mãe do pequeno Noah que está internado na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) Neonatal, no Alarico Nunes Pacheco, conta que teve um parto prematuro com 31 semanas e 2 dias. “Eu estou muito grata pelo espaço e pelo atendimento aqui no hospital. A equipe é maravilhosa e nos acolhe nesse momento tão difícil. Fico mais agradecida ainda por ter um hospital equipado com tudo o que o meu filho precisa perto de casa e que conta com profissionais que cuidam muito bem dele. Sou só gratidão”, afirmou.