Por Daucyana Castro
Fotos Dominique Oliveira
Foi realizado nesta quinta-feira (16) no auditório da Faculdade Facimp, em Imperatriz, o seminário “Sofrimento fetal, sofrimento de todos”. A ação foi realizada pelo Ministério Público do Maranhão em parceria com a Maternidade de Alto Risco de Imperatriz, que integra a rede de Estado da Saúde e é gerenciada pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH).
O sofrimento fetal acontece quando o bebê não recebe a quantidade suficiente de oxigênio no útero durante a gestação ou parto, o que pode interferir diretamente no seu crescimento e desenvolvimento. Por isso o objetivo do seminário foi esclarecer pontos importantes sobre sofrimento fetal, trabalhar a prevenção e informar que muitos desses sofrimentos podem ser evitados se a gestante for acompanhada de forma efetiva e eficaz durante o pré-natal que é realizado pela Atenção Básica.
“O Seminário Sofrimento Fetal é um Sofrimento de Todos foi um evento realizado com intuito de trabalhar as boas práticas de assistência à gestante e bebê para garantir um nascimento seguro. O quadro do sofrimento fetal acontece quando há diminuição ou perda da oxigenação e de nutrientes para o bebê. Isso se dá devido à extração de oxigênio ineficiente pela placenta ou pela má perfusão vascular materna. Todos esses pontos são trabalhados no pré-natal, parto e nascimento”, frisou a diretora geral da MARI, Tassiana Brandão.
Uma das palestras foi ministrada pelo médico Igor de Castro Morais Santos que é coordenador de obstetrícia da Maternidade de Alto Risco de Imperatriz, com o tema “Sofrimento fetal crônico”. Outros temas abordados no seminário trataram sobre pré-natal, asfixia perinatal (quando o bebê fica sem oxigenação no momento próximo ao nascimento, podendo ocorrer antes, durante ou após o parto), encefalopatia hipóxico isquêmica (complicação imediata à asfixia grave e pode causar graus variados de dano cerebral, e que podem causar comprometimento fisiológico ou estrutural), entre outros.
A especialista da Qualidade da EMSERH, Dominique Oliveira, explica que sofrimento fetal nem sempre vai significar um parto cesáreo. “Sofrimento fetal não significa necessariamente uma cirurgia cesariana. E é importante esclarecer isso para todos os profissionais de municípios da regional. O que não significa também que essa paciente não vá ser submetida a um procedimento cirúrgico pra tirar o bebe de risco. Gostaríamos de frisar que na Maternidade de Alto Risco aqui de Imperatriz nós já temos o check list de nascimento seguro implantado, assim como nas demais unidades de saúde da EMSERH que tem obstetrícia”, esclareceu Dominique.
Para a diretora clínica da Maternidade de Alto Risco de Imperatriz, Patrícia Soares, o seminário foi fundamental para tratar a respeito dos protocolos, alinhar condutas e assim prevenir casos de sofrimento fetal. “Hoje estamos em um evento junto com a promotoria do município de Imperatriz e esse evento tem uma importância para a nossa maternidade, juntamente com os municípios que nós prestamos assistência. Pois nós sabemos que o sofrimento fetal, ele perpassa desde um atendimento adequado, no pré-natal nos municípios, tendo profissionais competentes que saibam identificar no momento correto o momento de encaminhar essa paciente de alto risco. Mas também perpassa também o atendimento dentro da maternidade, onde a cada dia nós estamos qualificando nossa assistência, através de protocolos que estão sendo definidos juntos com a qualidade da EMSERH”, disse Patrícia.
A gerente de enfermagem da MARI, Vanessa Benini, participou do evento e reforçou a importância de abordar o tema. “Um evento como esse onde nós falamos sobre sofrimento fetal e que é na verdade um sofrimento de todos, é muito importante para a sociedade, e também importante para a MARI, né? Que esse tema possa causar impacto e uma reflexão em todos os profissionais pra saber realmente onde é que que nós podemos melhorar, nós como um todo, como um profissional, como ser humano para evitar esse sofrimento de todos na sociedade, nesta mulher e principalmente para este bebê que não conseguiu estar junto conosco”, disse Vanessa Benini, gerente de enfermagem da Maternidade de Alto Risco de Imperatriz.
A Maternidade de Alto Risco de Imperatriz (MARI), antigo Materno Infantil, realiza em média 700 partos por mês. A unidade faz parte da rede de Estado da Saúde (SES), e no mês passado recebeu o selo Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), concedido pelo Ministério da Saúde (MS). O selo garante que a unidade funciona dentro de todos os parâmetros e critérios que definem que o hospital é amigo da criança. A MARI é a primeira unidade hospitalar gerenciada pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH) a receber o Selo IHAC.
Vanessa Karinne Selares Ribeiro Ferreira